segunda-feira, outubro 24, 2005

" Longínquo ..."

" Tudo é longínquo, tudo é enredo ...
Tudo é não ter nem encontrar ... "

quinta-feira, outubro 20, 2005

" Verdades ... "

Estas verdades não são perfeitas porque são ditas.
E antes de ditas pensadas.
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer cousa.
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.

segunda-feira, outubro 17, 2005

domingo, outubro 16, 2005

"Não sou nada"




Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso,
tenho em mim
todos os sonhos
do mundo.

" Sentir Tudo de Todas as Maneiras "

" Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.

Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas, (...)
(...) Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
A chuva com pedras atiradas de catapultas (...)
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos, Sobrevive-me em minha vida em todas as direções! "

quinta-feira, outubro 13, 2005

" E Não Sei o Que Sinto "



"E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou."

" Nada me prende "

"Tudo me interessa e nada me prende.
Atendo a tudo sonhando sempre;
fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei.
Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito.
Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados."

sábado, outubro 08, 2005

Não, cansaço não é ...

Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?

É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer, ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como... Sim, ou por sofrer como... Isso mesmo, como...
Como quê?... Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

Não existo ...


" Começo a conhecer-me. Não existo. Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque também há vida ... Sou isso, enfim ... "