domingo, dezembro 25, 2005

"Os loucos ... "


"Os loucos abrem os caminhos que depois emprestam aos sensatos"

Fonte: "Note Azzurre"

Autor: Dossi , Carlo

terça-feira, dezembro 20, 2005

" ... um ser comum ... "

" O artista nada mais é do que um ser comum que perdeu a vergonha e que ao invés de seguir alguém preferiu orientar-se ..."

sábado, dezembro 10, 2005

Silêncio ...


Somos dois estranhos em busca de silêncio...
Dois momentos, dois ventos cansados,
Em busca da memória de tempos passados. "

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Este ter-te


Este ter-te mesmo quando não te tenho...
Amar-te,mesmo quando me dói...
Este ser em ti,mais que sou em ninguém...

domingo, dezembro 04, 2005

Vontade de Partir


" E tudo à volta
dá vontade de partir ...
Encontrar alguém
pronto a fugir "

quinta-feira, dezembro 01, 2005

quarta-feira, novembro 30, 2005

segunda-feira, outubro 24, 2005

" Longínquo ..."

" Tudo é longínquo, tudo é enredo ...
Tudo é não ter nem encontrar ... "

quinta-feira, outubro 20, 2005

" Verdades ... "

Estas verdades não são perfeitas porque são ditas.
E antes de ditas pensadas.
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer cousa.
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.

segunda-feira, outubro 17, 2005

domingo, outubro 16, 2005

"Não sou nada"




Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso,
tenho em mim
todos os sonhos
do mundo.

" Sentir Tudo de Todas as Maneiras "

" Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.

Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas, (...)
(...) Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
A chuva com pedras atiradas de catapultas (...)
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos, Sobrevive-me em minha vida em todas as direções! "

quinta-feira, outubro 13, 2005

" E Não Sei o Que Sinto "



"E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou."

" Nada me prende "

"Tudo me interessa e nada me prende.
Atendo a tudo sonhando sempre;
fixo os mínimos gestos faciais de com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei.
Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito.
Sou dois, e ambos têm a distância - irmãos siameses que não estão pegados."

sábado, outubro 08, 2005

Não, cansaço não é ...

Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?

É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer, ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como... Sim, ou por sofrer como... Isso mesmo, como...
Como quê?... Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

Não existo ...


" Começo a conhecer-me. Não existo. Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram, ou metade desse intervalo, porque também há vida ... Sou isso, enfim ... "

quinta-feira, setembro 15, 2005

" Assim como falham as palavras ... "


Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento,
Assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade.
Mas, como a realidade pensada não é a dita mas a pensada,
Assim a mesma dita realidade existe, não o ser pensada.
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono que temos,
Uma velhice que nos acompanha desde a infância da doença.

Alberto Caeiro, 1-10-1917

segunda-feira, agosto 29, 2005

"... Se Escrevo o que Sinto ..."


"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."
"De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo...Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter... "

Loucura


"Uma das minhas complicações mentais - horrivel para além das palavras - é o medo da loucura, que em si próprio já é loucura.
Passam em mim; não são pensamentos meus, mas pensamentos que passam através de mim.
Não pondero, sonho, não me sinto inspirado, deliro. (...) Embora tenha sido um leitor voraz e apaixonado, no entanto não me lembro de nenhum livro que tenha lido (...)
Estremeço ao pensar como é tão pouco o que me ficou no espirito da minha vida passada."

Excertos

" Cada vez estou mais só, mais abandonado. Pouco a pouco, quebram-se-me todos os laços. Em breve estarei sozinho.

Procurei sempre ser espectador da vida, sem me misturar nela. Assim, a isto que se passa comigo, eu assisto como um estranho. "